sexta-feira, 30 de novembro de 2007



Nesta edição de Latitudes Latinas a gente apresentou algo sobre o movimento hip hop na América Latina – um movimento que em algumas comunidades, além da vigorosa contribuição à criação e à expressão artística, tem desenvolvido modos mais do que criativos de se enfrentar crises diversas.
Por ter surgido e se consolidado como uma voz que representa as periferias, o rap tende a ser visto quase sempre a partir de um olhar ainda muito carregado de preconceitos.
E, ao contrário do que se costuma pensar, o movimento hip hop não se limita ao rap, ao grafite e à dança. E muito menos se limita a falar das várias formas de violência urbana. De acordo com uma matéria publicada recentemente na revista Carta Capital (www.cartacapital.com.br), existem hoje em todo o continente redes organizadas em torno da cultura do rap que geram emprego e renda em comunidades pobres da Argentina, da Colômbia e de grandes cidades brasileiras.

De um modo geral, o movimento hip hop se organiza através de coletivos, de comunidades que se apóiam mutuamente. Diversas cooperativas atuam em diferentes lugares. E sua atuação se concentra não apenas na organização de shows e na produção de discos. Em muitos casos, estes coletivos estão vinculados, por exemplo, à objeção de consciência, à geração de emprego e renda, além, é claro da criação de espaços para a formação artística.
No caso de Medellín, na Colômbia, por exemplo, alguns artistas vinculados ao movimento hip hop criaram a República UND, que agrega diversos grupos, entre eles Laberinto, que foi o grupo com o qual nós abrimos este programa, e Sociedad FB7 com os quais a gente finalizou esta edição de Latitudes Latinas.

tiro de gracia

Foi criado na década dos 90, e o integravam Juan Sativo, Lengua Dura e Explicito. Se caracterizam por ser um grupo de lírica agressiva. No início, o grupo se apresentava ao vivo com bases gravadas em fita cassette mixadas pelo Dj Raff (La Pozze Latina). Aos poucos, começam a destacar-se no ambiente underground por suas enérgicas apresentações ao vivo e seu estilo direto e positivo.
O grupo sofreu várias mudanças na sua formação, mas continua sendo um dos grupos mais impactantes do hip hop chileno. Seus ritmos se fundem com guajiras, charangos, o reggae, o funk e ritmos andinos.

El pregón, da banda colombiana Laberinto.

El juego verdadero, do grupo chileno Tiro de Gracia.

Más preguntas que respuestas, dos equatorianos Tzanta Matantza.

La resurrección, da banda argentina Actitud María Marta.

América, América, do grupo colombiano Dinastía.

Ke la peña lo bote, da dominicana Arianna Puello.

Vector al viento, dos colombianos da Sociedad FB7

E, no bloco dedicado à banda cubana de rap Orishas, ouvimos estas canções

Represent

A lo cubano

300 Kilos

Qué pasa

El kilo

Al que le guste

'latitudes poéticas'

La cultura del terror

El colonialismo visible te mutila sin disimulo: te prohíbe decir, te prohíbe hacer. El colonialismo invisible, en cambio, te convence de que la servidumbre es tu destino y la impotencia tu naturaleza: te convence de que no se puede decir, no se puede hacer, no se puede ser.

Eduardo Galeano

Escritor uruguaio, autor de vários livros, traduzidos a mais de vinte línguas. Recebeu o prêmio 'Casa de las Américas' em 1975 e 1978, e o prêmio 'Aloa' em 1993. A trilogia 'Memoria del fuego' foi premiada pelo Ministério de Cultura de Uruguai e recebeu o 'American Book Award' em 1989.

sábado, 24 de novembro de 2007

Não poderíamos terminar o mês de novembro sem falar sobre o modo como as comunidades latino-americanas celebram o dia 2 de novembro. Assim, LATITUDES LATINAS começou esta semana com Lila Downs...

lila downs

Compositora e cantora especializada em música mexicana de povos indígenas. É Licenciada em canto e antropologia pela Universidade de Minnesota. Logo, realizou estudos similares na Escola de Belas Artes de Oaxaca. Colaborou no 'soundtrack' do filme Frida, cujo disco foi nominado ao Oscar.
No programa de hoje escutamos a canção "La llorona" que faz referência a um relato tradicional mexicano.

Também ouvimos estas músicas:

Abuela Santana, um tipo de canto da tradição afro-esmeraldenha de Equador, cantada por Papá Roncón e o grupo Katanga.

Ofrenda, canção que faz referência aos altares que são preparados nas casas mexicanas para homenagear aos parentes falecidos. Esta música foi composta e interpretada por Pedro Guerra.

La locomotora, do grupo mexicano Café Tacuba.

Ojalá que llueva café, composta pelo dominicano Juan Luis Guerra, interpretada, também, pelos Café Tacuba.

Sabiéndose de los pies descalzos, da cantora mexicana Julieta Venegas.

Miedo, composta por Pedro Guerra e interpretada aqui por Lenine e Julieta Venegas.

En dirección contraria, de Natalia y La Forquetina.

Cuando los ángeles lloran, da banda mexicana Maná.

Pata de perro, de Maldita Vecindad.

El dedo, também da banda mexicana Maldita Vecindad.

El jefe de jefes, composta pelos Tigres del Norte e interpretada pelo grupo mexicano Botellita de Jerez.

El ciclón (Café Tacuba)
Yo → flor, polen, → abeja, oso, pez → agua, sube nube,
llueve, árbol, → oxigeno, → pulmón
Nopiltze, hija mía¿Acaso Dios nunca muere?A que dios te refieras
Todo de eso depende.Hay dioses que pensaronque el mundo era infinito, y no hay un equilibrio entre los reinos hijo mío
Yo → flor, polen, → abeja, oso, pez → agua sube, nube,
llueve, árbol, → oxigeno, → pulmón
Gira y da vueltas y rueda girando
Gira y da vueltas y rueda, y rueda
Quiero hacerla un cuadrado,deformarla en un triangulo
pero la vida siempre vuelve a su forma circular
La única que puede darnos vueltas es Dios
Hay tan pocas flores ya, peces, agua que pensé que la vuelta no daría,
Hoy tu hijo me respira.
Si el equilibrio es Dios, y el equilibrio murió,
¿Qué pasó con Dios?

"tradições latinas"

México, século XVI. Anoitece e os moradores da cidade do México se recolhem às suas casas.
À meia noite - principalmente quando havia lua cheia - acordavam assustados ao ouvir na rua tristes e prolongados lamentos de mulher.
No começo, todos se limitavam a rezar ou a fazer o sinal da cruz, acreditando tratar-se de uma alma do outro mundo. Mas foram tantos e se prolongavam por tantas noites aqueles gemidos que alguns mais ousados se atreveram a sair à rua.
E o que viram foi uma mulher de vestido branco, com um véu igualmente branco cobrindo seu rosto. Caminhava lentamente pelas ruas da cidade e passava sempre pela praça principal, onde, de joelhos, lançava seu último e lânguido lamento. Depois se levantava e seguia lentamente seu caminho em direção ao lago, onde, como uma sombra, desaparecia. Sem saber quem era, de onde vinha e para onde ia, os habitantes da cidade passaram a referir-se a ela apenas como La Llorona.

A canção La Llorona é uma das músicas que se cantam durante as celebrações do dia de finados no México. Este dia, se celebra com muito colorido, comidas e bebidas especiais.
Na Bolívia, as celebrações começam no final de outubro e também são festas cheias de cores, música e alegria.
Para os povos andinos, o dia dos mortos é também dia de visita e a casa deve estar muito bonita. Já nas comunidades afro-equatorianas da província de Esmeralda, quando uma criança morre, os parentes se reúnem e cantam canções.
Em alguns países são preparados pães com formas humanas e bebidas feitas à base de amora para celebrar o dia de finados. Segundo alguns estudiosos, essa celebração tem raízes indígenas.

Lembramos a vocês que podem deixar seus comentários e sugestões, aqui no blog, é só clicar em "comentários", aqui embaixo. Muito obrigado por sua participação!!!



sexta-feira, 16 de novembro de 2007

LATITUDES LATINAS, neste mês da conciência negra, preparou um programa especial com estas canções...

Agô, canção do grupo que reúne músicos brasileiros e cubanos.

Canto para Elewa y Changó, música dos cubanos Orishas.

África mía, composta e interpretada pelo percusionista cubano Ribeaux Vega.

El buey, composta pelo multi-instrumentista Santiago Vásquez.

Flor de verano, de Catalina Quintero.

Meme neguito, canção do grupo colombiano Ale Kuma.

Tutuma repise, de Miki González.

Afrosound, da cantora, compositora e pesquisadora Susana Baca.

Cumbia sin nombre, de Catarsis.

Caderona, música da banda equatoriana La Grupa.

Canchimalero, composta e interpretada por Alberto Caleris.

Tres golpes, canção de Totó la Momposina.

De festejo, do argentino Willy González.

catarsis

Cubanos de Havana, os oito integrantes do Vocal Catarsis – Gisela, Karina, Oriana, Ruth, Eduardo, Guillermo, Angel e Ramón – têm formação musical superior no Instituto de Artes da capital de Cuba. Tendo como diferencial a substituição de instrumentos musicais pela voz, o grupo interpreta um repertório eclético, que contempla, desde música erudita e melodias pop até ritmos tradicionais do caribe, como a guaracha, o guaguancó, o bolero, a salsa, o cha-cha-chá e a rumba, e ritmos ritualísticos das regiões africanas, como os cantos de santeria, yoruba, congo e arará.

"instrumentos de percussão"

O udu é um instrumento de percussão de origem africano criado pelos povos Igbo e Hausa da Nigéria. Na sua língua natural, udu significa "paz" ou "vasilha". O instrumento é tocado com as mãos e produz um som grave com um registo de certa forma peculiar ao ser golpeado rapidamente no bucal superior, embora também se possa tocar em todo o corpo do instrumento com os dedos. Actualmente é muito utilizado por percussionistas de diferentes estilos musicais. O udu é ao mesmo tempo um aerofone e um idiofone.



O 'cajón peruano' é um paralelepípedo de madeira, utilizado para acompanhar a maioria das formas musicais do litoral peruano. O percusionista senta sobre o instrumento.
O 'cajón' tem na parte posterior um orificio circular de aproximadamente 10 cms.












sexta-feira, 9 de novembro de 2007

O último programa de LATITUDES LATINAS foi dedicado ao reggae e ao ska. No segundo bloco desfrutamos da companhia do cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler

actitud maría marta

Malena D'Alessio e Alicia Dal Monte formaram este quinteto de rap. Tiveram uma ativa participação em todos os festivais organizados pelas associações de dereitos humanos.
No 2003 Malena voltou com a banda, mas com nova formação, junto a Karen Pastrana e a Karen Fleitas.
Segundo elas dizem, esta nova etapa de 'Actitud María Marta' contem uma maior inclinação para o rap mais puro, fusionado com diferentes ritmos como o tango; a payada, música do planalto; e certos toques tropicais como o reggae e raggamufin.

El burrito, da banda argentina Divididos.

Torito, de Los Pericos

Me fui, canção do grupo Las Pelotas.

Te tiraré del altar, de Los Fabulosos Cadillacs.

Cannabis, da banda espanhola Ska-p.

Revolución, do cubano-parisiense Bruno García, mais conhecido como Sargento (ou Sargent) García.

La ola, da banda de hip hop argentina Actitud María Marta

Valle de balas, do grupo venezuelano Desorden Público.


E estas foram as canções que ouvimos no especial de Jorge Drexler:

Guitarra y vos

Alto el fuego

Antes

Al otro lado del río

Se va, se va, se fue

Anda




La edad del cielo
No somos mas que una gota de luz
una estrella fugaz
una chispa tan solo en la edad del cielo


No somos lo que quisieramos ser
solo un breve latir
en un silencio antiguo con la edad del cielo


Calma, todo esta calma
deja que el beso dure
deja que el tiempo cure
deja que el alama
tenga la misma edad que la edad del cielo

No somos mar que un puñado de mar
una broma de Dios
un capricho del sol del jardin del cielo

No damos pie entre tanto tic tac
entre tant big bang
solo un grano de sal en el mar del Cielo

Calma... (repite)

(Fonte:vagalume.uol.com.br)


A idade do céu


Não somos mais
Que uma gota de luz
Uma estrela que cai
Uma fagulha tão só
Na idade do céu

Não somos o que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio antigo
Com a idade do céu

Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu

Não somos mais
Que um punhado de mar
Uma piada de Deus
Ou um capricho do sol

No jardim do céu
Não damos pé
Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang
Somos um grão de sal
No mar do céu

Calma
Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma
Tenha a mesma idade
Que a idade do céu
A mesma idade
Que a idade do céu

(Fonte: www.letrasmania.com)

Lembramos que você pode fazer pedidos e opinar sobre o programa escrevendo a latitudeslatinas.gmail.com ou deixando sua mensagem em 'comentários' (aqui embaixo).



quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Chegamos à décima edição de LATITUDES LATINAS!!!! E com estas músicas comemoramos o programa de hoje...

Atahualpa you funky, de Kevin Johansen. Esta música mistura a chacarera (ritmo de Santiago del Estero, Argentina) com o groove do funk.

Aquellos tiempos, composta e interpretada por Jorge Drexler.

Malambeando, do baixista Willy González.

Fruto real, composta e interpretada pelo colombiano Héctor Buitrago, um dos integrantes de Aterciopelados.

Miedo, composta por Pedro Guerra.

Tumbas de la gloria, de Fito Páez.

Me gustas tú, de Manu Chao.

Depende, composta pelo cantor e guitarrista Pau Donés de Jarabe de Palo.

La toba, do grupo espanhol El Bicho.

Hacer dinero, de Amparanoia.

Ventilador R80, uma rumba espanhola de Ojos de Brujo.

Brazil 3000, de Dani Macaco.

E continuamos atendendo os seus pedidos!!! Escreva em 'comentários' (aqui embaixo) ou em latitudeslatinas@gmail.com os artistas que você gostaria de escutar.
Agradecemos a sua companhia e apóio!!!

juanes

É cantor, compositor, guitarrista e produtor colombiano de música Rock & Pop. Juanes ganhou 13 'Premios Grammy Latinos', 5 'Premios MTV', 2 'NRJ Radio Awards', 6 'Premios Lo Nuestro', e outros reconhecimentos internacionais.

Rosario Tijeras

Y se llamaba Rosario del barrio era la manda más
Con su pistola en la mano siempre lista pa’matar
En odios y desengaños Rosario era la number one
Nunca am ó ni la amaron…

Y en sus ojos siempre el dolor existió
Todo fue porque en su niñez
Un malpa la viol ó y ella se vengó

Era Rosario Tijeras, la de pistola, espejito
y labial en su cartera siempre
llena de vicio, sexo, balas, placer y dolor
las de las mil y una vidas pam pam pam!

Rosario
La que nunca amó ni la amaron
Y en sus ojos siempre el dolor
existió y todo fue porque en su niñez
Un malpa la violó y ella se vengó

Y confundió el amor
fue una bala lo que entró en su corazón
Nunca jamás lloró
y en su alma siempre un llanto se escuchó
De tantos que mató
uno vino mal herido y se vengó

Rosario así murió
y en el cementerio nadie la lloró

"Latitudes Poéticas"

Elogio de lo mismo

¡Qué gusto da lo mismo!
Descubrir lo mismo.

Repasar lo mismo.

¡Qué sabroso es lo mismo!
Perderse en lo mismo.
Encontrarse en lo mismo.

¡Oh, mismo inabarcable!
Danos siempre lo mismo.

Gabriel Zaid (México)

Estudou Engenharia e se dedica à reestruturação de empresas. É também tradutor e crítico literário. Colaborou na Revista Mexicana de Literatura e acompanhou Octavio Paz en 'Plural' e 'Vuelta'. Suas idéias transitam desde seus ensaios ao seus poemas, e a ironia é a chave da sua argumentação.